A próxima revolução

...E, antes que seja tarde, esse limite deve ser estabelecido apenas pela inteligência humana

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A tecnologia desempenha hoje um papel importante e indispensável para toda a sociedade. Presente nos mais diversos segmentos e nas atividades do cotidiano, não se pode negar também que os preços que tem cobrado já estão trazendo custos para a vida e o futuro dos seres humanos.

A era das máquinas promoveu a maior revolução a que possivelmente se assistiu na história. Depois das primeiras engenhocas, as invenções foram se tornando cada vez mais sofisticadas e necessárias. Em sistemas de produção no campo e nas indústrias, na comunicação ou na área da medicina, criou-se um modo de vida do qual as pessoas se tornaram dependentes seja quanto à informação, diversão ou realização de serviços essenciais no dia a dia, como as operações bancárias, por exemplo. A IA está em toda parte. Edmundo A. de Souza e Silva, membro da ABC (Academia Brasileira de Ciências), ao comparar as transformações com o que ocorreu no século XVIII, afirma: “Agora, é outro tipo de mudança, mas vai causar impacto muito grande”.

Sobre os impactos, convém ressaltar que esse avanço tecnológico já tem trazido consequências negativas diante das quais nem os mais diversos especialistas estão sabendo como agir. Entre os entraves, estão a comprovada dificuldade dos adolescentes diante de tarefas que exigem concentração para a aprendizagem; a dependência em relação aos celulares, que já virou problema de saúde; ou o desmatamento da natureza: o avanço e a produção de aparelhos, o estímulo ao consumo e a prestação de serviços cada vez mais rápida e atrativa retiram do meio ambiente recursos que estão fazendo falta e, ao que tudo indica, não serão repostos na medida que exige o equilíbrio do ecossistema.

Portanto, a evolução tecnológica é um caminho sem volta dentro do modelo de vida contemporâneo. Mas é preciso que a sociedade passe da euforia à consciência. As máquinas são necessárias até onde produzam conforto e bem-estar sem ameaças ao futuro. E, antes que seja tarde, esse limite deve ser estabelecido apenas pela inteligência humana – eis a verdadeira revolução.

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Escrito por:

Emerson Rossetti

Professor com mais de 30 anos de experiência no ensino médio e superior. Formado em Letras, com Doutorado em Estudos Literários, desenvolve trabalhos voltados também para o estudo da MPB e da História da Arte.

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